Revista Oficial do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente / UERJ
NESA Publicação oficial
ISSN: 2177-5281 (Online)
Artigo Original | Imprimir ![]() Páginas 25 a 32 |
Autores: Tássia Silvana Borges1; Cézane Priscila Reuter2; Natalí Lippert Schwanke3; Léo Kraeter Neto4; Gladis Benjamina Grazziotin5; Miria Suzana Burgos6 1. Doutoranda pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) Canoas, RS, Brasil. Mestre em Promoção da Saúde pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Santa Cruz do Sul, RS, Brasil Miria Suzana Burgos Recebido em 31/07/2015 ![]() ![]() Descritores: Cárie dentária, obesidade, estudantes, epidemiologia.
Resumo:
INTRODUÇÃO
A prevalência de sobrepeso e obesidade aumentam de forma alarmante em muitos países, sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento, tornando-se problemas de saúde pública global1. Este tema apresenta-se ainda mais inquietante, quando se trata de crianças e adolescentes, devido às inúmeras complicações que estes podem enfrentar na idade adulta, uma vez que a maioria das crianças obesas tornam-se adultos obesos2,3. No Brasil, diversos estudos apontam para a alta prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes4, associado ao estado nutricional, hábitos alimentares de pais e filhos, escolaridade dos pais, renda familiar, região de moradia, localização da escola, fatores genéticos e ambientais, entre outras características 5,6. O consumo exagerado de carboidratos7, refrigerantes e açúcares8 é comum entre crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Além disso, a ingesta destes alimentos está relacionada com o risco de desenvolvimento de cárie dentária9. Apesar do declínio da prevalência da cárie dentária em diversos países, este ainda é considerado um problema de saúde pública. No Brasil, segundo levantamento nacional, somente 0,2% das pessoas com idade entre 65 e 74 anos estão livres de cárie dentária. Para as crianças, aos 5 anos de idade este percentual chega a 46,6% dos dentes decíduos e, para a dentição permanente, na faixa etária de 12 anos, este índice diminui para 43,5%10. Assim, alguns estudos têm procurado relacionar a obesidade e a cárie dentária11-13, observando, tanto associação positiva, quanto negativa. Embora estes estudos demonstrem o excesso de peso associado com a prevalência de cárie dentária, existem poucos estudos que demonstram esta associação em crianças e adolescentes. Frente a esta lacuna, o presente estudo tem como objetivo identificar os fatores associados ao aparecimento da cárie dentária em relação aos indicadores antropométricos em escolares do município de Santa Cruz do Sul, do extremo sul do Brasil. MÉTODO Sujeitos do estudo e desenho Este estudo transversal é composto por uma amostra aleatória que incluiu 623 adolescentes de ambos os sexos, com idade entre 12 e 17 anos. A base populacional de referência para o estudo foi de aproximadamente 12.000 escolares, que segundo a coordenadoria de educação estariam matriculados nas escolas de ensino público e privado do município. Foram realizados cálculos de tamanho amostral, com 95% de intervalo de confiança e poder amostral de 80%, resultando em 373 indivíduos para ser representativo do município. Entretanto, acrescentando-se as possíveis perdas e recusas no momento da coleta, aumentamos nossa amostra para 623 escolares. O estudo foi conduzido de abril a dezembro de 2012. Variáveis de estudo Para a avaliação referente à saúde oral dos escolares, foi realizada a calibração do examinador, em que o teste Kappa revelou uma concordância de K=0,90. A avaliação da saúde oral foi executada no Laboratório de Pesquisa da Universidade, por pesquisador, previamente capacitado, com utilização do protocolo do Projeto SB Brasil (2010)14. Durante o exame bucal, o estudante e o pesquisador permaneceram sentados em cadeiras escolares comuns de frente a uma janela, de forma que obtinham o máximo de iluminação natural (ambiente). A média de duração do exame odontológico foi 10 minutos. O exame foi realizado com sonda periodontal do tipo OMS (ball point) e espelho bucal plano nº 5, para levantamentos epidemiológicos15; todos embalados em papel cirúrgico e autoclavados. Não foi realizado nenhum tipo de radiografia, salientando-se que não houve escovação prévia ou profilaxia e secagem dos dentes previamente ao exame. Todos os códigos e critérios foram anotados em fichas individuais de cada estudante. O índice utilizado foi o CPO-D (dentes cariados, perdidos e obturados/restaurados) para dentição permanente. O gênero do escolar foi coletado por questionário autorespondido no qual o mesmo declarava-se masculino ou feminino. A zona de moradia era coletada também por meio de questionário, onde o escolar declarava-se morador da zona rural ou urbana do município. A higiene bucal também foi avaliada através de um questionário com questões referentes à frequência de escovação dentária, posteriormente as respostas foram categorizadas em: 1 a 3 vezes ao dia; 4 a 5 vezes ao dia e 1 a 3 vezes por semana. A condição socioeconômica foi avaliada através de um questionário adaptado de acordo com o critério da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP)16. O questionário contém itens a serem pontuados, levando em consideração os bens da família, grau de instrução do chefe da família e acesso a serviços públicos. Posteriormente é classificada por estratos socioeconômicos que condizem com uma renda média domiciliar. Em nosso estudo, após estas classificações, trabalhamos com as classes A, B, C e D e E. O índice de massa corporal (IMC) foi avaliado pela razão da massa corporal total (kg)/altura2 (m) e posteriormente classificado com o protocolo de Conde e Monteiro (2006)17, de acordo com sexo e idade, considerando baixo peso ( Para avaliar o somatório de dobras cutâneas e o percentual de gordura foram utilizadas as medidas das dobras cutâneas tricipital e subescapular, obtidas através da medição com Compasso de Lange. Para o cálculo do Percentual de Gordura ( %G) foi utilizada a equação de Slaugther et al (1988)18, citado por Heyward e Stolarczyk (2000)19, sendo posteriormente classificado de acordo os dados de Lonman (1987)20 apud Heyward e Stolarczyk 2000)19 em seis categorias: muito baixo, baixo, ótimo, moderadamente alto, alto e muito alto. Após, essas categorias foram classificadas em três classes: 1) muito baixo, baixo; 2) ótimo e 3) moderadamente alto, alto e muito alto. Através de fita métrica inelástica foi avaliada a circunferência da cintura, utilizando como referência a parte mais estreita do tronco entre as costelas e a crista ilíaca e o quadril no nível do trocanter maior, sendo posteriormente classificada de acordo com critérios estabelecidos por Fernández et al (2004)21, considerando circunferência normal (percentil ≤ 75) e obesidade (percentil> 75), de acordo com sexo e idade. Aspectos éticos O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob o protocolo nº 3044/11, em conformidade com a Declaração de Helsinki. Todos os escolares que participaram tiveram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido devidamente assinado pelos pais ou responsáveis. Análise estatística A experiência de cárie dentária foi definida pela porcentagem de escolares que apresentaram pelo menos um dente cariado, perdido ou obturado/restaurado (CPO-D > 1). Para a descrição do perfil de cada variável, utilizamos a estatística descritiva, apresentando os valores absolutos e percentagens relativas. O teste qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação entre as variáveis independentes e a prevalência de cárie dentária. Nas análises inferenciais recorremos ao teste estatístico de regressão de Poisson. O nível de significância adotado foi de 5% e o software utilizado foi o SPSS 20.0 for Windows (IBM, Estados Unidos). RESULTADOS Dos 623 escolares avaliados, 57,9% eram do gênero feminino, 50,1% residiam na zona urbana do município e 3,4% pertenciam à classe econômica D e E. Em relação ao IMC, o sobrepeso apresentou uma prevalência de 15,6% e a obesidade de 9,3% na amostra. A CC foi considerada elevada em 15,7% da amostra e o %G classificado como moderadamente alto/alto/muito alto foi encontrado em 45,2% dos escolares. A prevalência de cárie foi de 63,6%, apresentando- se associada com escolares residentes na zona rural (p<0001) e pertencentes a classe econômica B e C (p=0,007) (Tabela 1). Não foi encontrada associação entre o sobrepeso (RP: 1,01; IC: 0,8-1,1), obesidade (RP: 0,91; IC: 0,7-1,1), CC elevada (RP: 0,99; IC: 0,8-1,1) e %G moderadamente alto/alto/muito alto (RP: 0,99; IC: 0,7-1,3) com a experiência de cárie dentária (Tabela 2). DISCUSSÃO O excesso de peso e a cárie dentária estudados são baseados no conceito de que o consumo de alimentos e bebidas açucaradas8, bem como o excesso de carboidratos7, está relacionado ao desenvolvimento de ambas as patologias. Em nosso estudo não foi encontrada associação entre o sobrepeso/obesidade, CC e %G com a cárie dentária. Pesquisas têm sido realizadas para tentar esclarecer esta associação. No Rio Grande do Sul, um levantamento com 1528 escolares residentes em Porto Alegre, não encontrou associação entre o IMC e a cárie dentária22, assim como o estudo de Mojarad e Maybodi (2011)12, realizado em Hamedan - Irã, com 1000 escolares, também não observou a associação da doença cárie dentária com a obesidade. Nestes estudos, a baixa prevalência de crianças obesas poderia ter influenciado os resultados para uma associação negativa entre as patologias, o que presumivelmente também aconteceu em nosso estudo. Porém, o estudo de Willerhausen et al. (2007)23, na cidade de Mainz - Alemanha, desenvolvido com 2071 escolares de 06 a 10 anos de idade, encontrou associação positiva entre obesidade e cárie dentária. Com estes resultados, os autores demonstraram que programas preventivos deveriam ser desenvolvidos, a fim de trabalhar com os aspectos nutricionais e também com o desenvolvimento de atividades físicas, pois relatam que a falta de atividade física parece ser uma das principais razões para o aumento do número de crianças em sobrepeso e obesidade. Ainda neste sentido, a pesquisa de Gerdin et al. (2008)11 realizada na Suécia, com 2303 escolares de 10 anos de idade, encontrou associações positivas entre estas variáveis. Apesar de ser uma associação fraca, os autores recomendam que os serviços odontológicos e os programas médicos e nutricionais para crianças devem trabalhar em conjunto, para atender as futuras demandas deste público. A condição socioeconômica apresentou diferenças significativas para a experiência de cárie dentária em nosso estudo. É conhecido que, pertencer a classes sociais mais baixas é um fator de risco para a cárie dentária. Resultados estes que corroboram com os achados em estudos de Chu et al. (2012)24 em Hong Kong - China e Lopes et al. (2013)25 na cidade de São Paulo - Brasil, nos quais as condições socioeconômicas também foram associadas ao maior incremento de experiência de cárie dentária. Assim, a renda familiar influencia diretamente na saúde bucal do indivíduo. Quanto menor a renda, menores as condições de acesso a alguns tratamentos e serviços, além de insuficientes informações em saúde, causando desta forma, iniquidades sociais25. Bons hábitos de higiene bucal advêm de um processo de aprendizado cultural e educacional de assimilação por parte do indivíduo. Entretanto, mesmo possuindo a informação, alguns indivíduos não têm o hábito ou as condições ambientais e de moradia para realizar tal procedimento. Em nosso estudo não observamos associação entre higiene bucal e cárie dentária. Apesar de não termos encontrado associação entre estas variáveis, diversos estudos relacionam a má higiene oral com a presença de cárie dentária 26-29. A prática de higiene oral aliada aos hábitos alimentares saudáveis são os principais aliados para uma saúde bucal adequada 29. Dessa forma, salientamos que é de extrema importância a avaliação cuidadosa sobre estes resultados, e ressaltamos que este dado é extremamente complexo para ser avaliado, pois envolveu um autorrelato sobre os hábitos de higiene, o que pode ter influenciado na resposta dos escolares, não sendo coletado para este estudo o índice de placa visível. Em revisão sistemática realizada por Hayden et al. (2013)30, os quais buscaram explicar algumas questões relacionadas à obesidade e a experiência de cárie, foi verificado que, todos os estudos apresentaram algumas limitações, principalmente em relação ao tamanho amostral, e às características para avaliação do IMC. Em nosso estudo, tentamos acrescentar outros fatores antropométricos, os quais poderiam modificar as relações até agora encontradas na literatura. Porém, não encontramos diferenças com a inclusão destas variáveis em relação à experiência de cárie dentária. Em conclusão, os resultados do nosso estudo indicaram que não houve associação entre o IMC, CC e %G com a experiência de cárie dentária em escolares do extremo sul do Brasil, porém, verificamos que a condição socioeconômica média/baixa e a zona rural de moradia, foram associadas à experiência de cárie dentária nos escolares de Santa Cruz do Sul. Destaca-se a importância da implementação de atividades preventivas e alternativas para promoção da saúde bucal. As atividades alternativas podem permear desde atividades de extensão que envolva alunos da graduação de áreas interdisciplinares, até atividades direcionadas especificamente para as zonas rurais de municípios de pequeno porte. É de suma importância que a educação em saúde alcance todos os setores dos municípios e que tenham continuidade e assiduidade da população alvo. NOTA DE AGRADECIMENTOS Agradecemos o apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) através do financiamento pelo Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP). Os financiadores não tiveram nenhum papel no desenho do estudo, na coleta e análise de dados, decisão de publicar ou preparação do manuscrito. REFERÊNCIAS 1. Franco M, Sanz B, Domíngues-Vila A, Caballero B. Prevention of childhood obesity in Spain: a focus on policies outside the health sector. SESPAS report 2010. Gac Sanit. 2010; 24 (1): 49-55. 2. Schneider EM, Wilson AK, Kitzman-Ulrich H, George SM, Alia KA. The Associations of Parenting Factors with Adolescent Body Mass Index in an Underserved Population. Journal of Obesity 2013. DOI: 10.1155/2013/715618. 3. Pereira L. 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