Paralelamente, a adolescente recebeu acompanhamento da Psiquiatria da Infância e Adolescência que constatou:
- ingestão de água (para ocasionar vômito);
- retirada do equipo da bomba;
- queixas de constipação (para usar laxantes);
- esforço frenético para agradar a equipe;
- observação constante de seu corpo no espelho;
- exercícios físicos no leito.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Diagnosticou-se anorexia nervosa do tipo compulsão periódica/purgativa + transtorno depressivo e elaborou-se a terapêutica com fluoxetina 40mg/dia+clonazepam 2mg/noite via CNE, bem como atendimento psicoterápico diário. Detectouse também a presença de transtorno depressivo na mãe, o que motivou o seu tratamento com fluoxetina 20mg/dia, associado a atendimento psicoterápico diário. O quadro depressivo materno surgiu após o assassinato do pai da adolescente e interferiu na qualidade dos cuidados afetivos com a filha. Além disso, ocasionou relacionamento conflituoso entre a mãe e o seu atual marido(2,5). Ainda em uso de CNE, introduziu-se lentamente a dieta oral, não ocorrendo vômitos. Com um mês e 16 dias, peso de 35,2kg, IMC 14,46, observou-se (após retirada do CNE) total aceitação da dieta oral, melhora do humor depressivo, ausência de ideação suicida e participação nas atividades recreativas. A adolescente e sua mãe receberam alta, devendo prosseguir o tratamento ambulatorial na sua cidade natal(1-5). CONCLUSÃO A valorização do corpo magro é considerada um fator decisivo para se alcançar sucesso na vida pessoal e profissional. Esse conceito predominante nas grandes cidades tem atingido as regiões mais distantes, o que deve levar os pediatras a reformularem o conceito de que a anorexia nervosa não ocorre em zona rural.
- medo intenso de engordar, mesmo estando abaixo do peso;
- perturbação no modo de vivenciar o peso;
- negação do baixo peso;
- indução de vômitos;
- humor gravemente deprimido;
- isolamento;
- insônia;
- ideação suicida.
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